Quantas
vezes invocamos a luz nos círculos da fé religiosa! Despreocupados,
aconselhamos amigos que a procurem e, em muitas ocasiões, inadvertidamente,
receitamo-la para os irmãos que consideramos nas sombras. Através de
conversações ociosas, indicamos criaturas que não a possuem e, sempre que
tomamos a palavra em público, suplicamo-la para o mundo em altos brados.
Em
verdade, semelhante cooperação é oportuna e salutar, quando baseada na
sinceridade e na reta intenção; todavia, freqüentemente olvidamos a palavra do
Senhor que nos recomendou aproveitar as oportunidades da experiência humana, na
iluminação de nós mesmos, através do devotamento ao próximo.
O
problema avultava em minhas cogitações.
Os
amigos nada me sugeriam, nada reclamavam. Amparavam-me sorridentes e felizes;
no entanto, as irradiações brilhantes de que as faziam acompanhar constituíam
silenciosa advertência.
Eu
não providenciara luz para mim mesmo. Conduzira muitos desencarnados à fonte
sublime das claridades evangélicas, mas esquecera as próprias necessidades.
Doutrinara
muita gente ou pretendia haver doutrinado e, em todo o meu movimento verbal da
pregação cristã, salientara o imperativo da luz para os corações humanos.
Contudo,
agora, que participava de uma sociedade espiritual, reconhecia a opacidade de
minha alma. Mantinha-se-me o perispírito no mesmo aspecto em que se
caracterizava na experiência física.
Oh!
Senhor, por que não fazemos bastante silêncio, dentro de nós para ouvir-te os
ensinos, enquanto nos demoramos nos átrios do mundo?
Irmão Jacob, do livro Voltei, médium Francisco
Cândido Xavier
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