Mãezinha,
Enquanto o mundo te adorna a presença com as legendas sublimes, abrilhantando-te o nome, quis trazer-te a homenagem de meu reconhecimento e de meu carinho, segundo as dimensões de tua bondade, e te rememorei os sacrifícios...
Enquanto o mundo te adorna a presença com as legendas sublimes, abrilhantando-te o nome, quis trazer-te a homenagem de meu reconhecimento e de meu carinho, segundo as dimensões de tua bondade, e te rememorei os sacrifícios...
Revi,
Mãezinha, as tuas noites longas, junto de mim, quando a febre me atormentava no
berço. Anjo transformado em mulher, erguias as mãos para o Céu e o que falavas
com Deus me caia no rosto em forma de lágrimas!... Tornei a encontrar-te os
braços acolhedores, festejando-me o retorno à saúde, com a doçura de teus
beijos.
E,
vida em fora, o pensamento recuou para lembrar-te...
Com a
retina da memória, contemplei-te os lábios pacientes, ensinando-me a pronunciar
as preces da infância: e nesses lábios inesquecíveis, fitei os sorrisos de
júbilo, quando me deste os primeiros livros da escola.
Depois,
acompanhei-te, passo a passo, o calvário de renúncia em que me levantaste para
a vida.
Quantas
vezes me abraçaste, trocando bênçãos por aflições, não conseguiria contar...
Quantas vezes te ocultaste no sofrimento para que a alegria não me fugisse,
realmente, não sei...
Passou
o tempo e, hoje, de alma enternecida, anseio debalde surpreender as palavras
com que algo te venha a dizer de meu agradecimento; entretanto, eu que
desejaria medir o meu preito de afeto pelo tamanho de teu devotamento, posso
apenas calcular a extensão de meu débito para contigo, a repetir que te amo e
que em ti possuo o meu tesouro do Céu.
Perdoa,
Mãezinha, se nada tenho para dedicar-te, senão as pérolas do meu pranto de
gratidão, iluminadas pelas orações que endereço a Deus por tua felicidade. E,
se te posso entregar algo mais, deixa que te oferte o meu próprio coração,
neste livro de ternura, por dádiva singela de minha confiança e carinho, num
ramalhete de amor.
Meimei, Chico Xavier.