Nos
caminhos claros da inteligência, muitas vezes, as rosas da alegria incompleta
produzem os espinhos da dor, mas, nas sendas luminosas da caridade, os espinhos
da dor oferecem rosas de perfeita alegria.
Onde
a mão doce da caridade não passou, no campo da vida, as pedras e a erva daninha
alimentam o deserto; e, enquanto não atinge o cérebro, elevando-se de
sentimento ao raciocínio, a ciência é simples cálculo que a maldade inclina à
destruição.
Indubitavelmente,
a fé improvisa revolucionários, a instrução erige doutores, a técnica forma
especialistas e a própria educação, venerável em seus fundamentos, burila
gentis homens para as manifestações do respeito recíproco e da solidariedade
comum. Só a caridade, porém, edifica os apóstolos do bem que regeneram o mundo
e lhe santificam os destinos.
A
investigação e a cultura erguerão universidades e academias, onde o pensamento
se entronize vitorioso, entretanto, somente a caridade possui as chaves do
coração humano para tornar melhor a vida.
Cristãos
abnegados da era nova, uni-vos sob o estandarte da divina virtude! Não
convertais o tesouro do Céu em motivo para indagações ociosas quando, ao redor
de vossos passos, se agita a multidão atormentada. Multiplicai o pão da crença
e o do reconforto, à frente da turba aflita e esfaimada, porque o Senhor vos
renovará os dons de ajudar, toda vez que o cântaro de vosso esforço trouxer aos
mananciais de cima o sublime sinal da caridade benfeitora. Estudai e meditai,
monumentalizando as obras de benemerência pública e ensinando a verdade
imperecível com que a Nova Revelação vos enriquece, mas não vos esqueçais de
instalar no peito um coração fraterno e compadecido.
Instituições
materiais primorosas, sem o seio íntimo da caridade, são frutos admiráveis sem
sementes. Sem a compreensão, filha de piedade generosa e construtiva, nossa
organização doutrinal seria um palácio em trevas.
Iluminemos
ao paraíso, cooperando para que o bem alcance toda a Terra.
Fora
de Deus não há vida e fora da caridade, que é o Divino Amor, não há redenção.
Do
livro Nosso Livro, pelo espírito Thereza, médium Francisco Cândido Xavier