terça-feira, 23 de outubro de 2012

" ONDE ESTÁ DEUS "





Oito e dez anos, dois irmãos "do barulho".

Qualquer confusão na pequena cidade invariavelmente envolvia os pirralhos.

A mãe, preocupada com o futuro dos encapetados rebentos, pediu ajuda ao pároco. O sacerdote recomendou que os levassem à igreja separadamente.

Primeiro o mais novo.

Fê-lo sentar-se na sacristia, sozinho, diante dele.

Tratou logo de intimidá-lo, trovejando:

- Onde está Deus?!

Encolhido na cadeira, o garoto o contemplava pasmo, olhos esbugalhados, boca escancarada, mãos trêmulas...

- Onde está Deus?!

Ante seu mutismo, o padre ergueu ainda mais a voz, e, dedo em riste, bradou, tonitruante:

- Onde está Deus?!

Pondo-se a gritar, apavorado o menino fugiu em desabalada carreira. Direto para casa. Escondeu-se no armário em seu quarto.

Quando o irmão mais velho o encontrou, pálido e agitado, perguntou o que acontecera.

O pobre, tentando recuperar o fôlego, gaguejou:

- Cara, desta vez estamos mesmo encrencados. Deus sumiu! O padre acha que a culpa é nossa!

Essa história evoca um problema atual.

O sumiço de Deus.

Bem sabemos que é impossível.

Cérebro criador, consciência cósmica do Universo, o Criador está sempre presente, aqui, além, acolá, dentro de nós mesmos...

O que anda sumida é a consciência de Sua presença imanente, o Senhor Supremo que tudo vê; que exercita infalível justiça, premiando os bons e corrigindo os maus.

As pessoas não duvidam de Sua existência, mas pensam e agem como se Deus estivesse de férias.

Crimes, roubos, vícios, mentiras, maldades, grandes e pequenos deslizes, em relação às leis divinas, são cometidos, incessantemente, sem que os autores se dêem conta de que estão sendo observados pelo Criador.

Daí a força do mal no mundo, embora sob controle do Supremo Bem.

Haverá substanciais mudanças no comportamento humano quando esse "sumiço" for resolvido.

Podemos fazer um teste em relação ao assunto.

Sugiro, leitor amigo, que durante todo um dia desenvolva suas atividades atento à presença divina
 
 
 
por Richard Simonetti - Da Revista: Visão Espírita.
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

" ACEITAÇÃO "

 
 
 
Quando precisamos aceitar uma circunstância que não foi planejada, o primeiro impulso que temos é o de ser resistente à nova situação.

É difícil aceitar as perdas materiais ou afetivas, a dificuldade financeira, a doença, a humilhação, as traições.

A nossa tendência natural é resistir e combater tudo o que nos contraria e que nos gera sofrimento.

Agindo assim, estaremos prolongando a situação. Resistir nos mantém presos ao problema, muitas vezes perpetuando-o e tornando tudo mais complicado e pesado.

Em outras ocasiões, nossa reação é a de negação do problema e, por vezes, nos entregamos a desequilíbrios emocionais como revolta, tristeza, culpa e indignação.
Todas essas reações são destrutivas e desagregadoras.

Quando não aceitamos, nos tornamos amargos e insatisfeitos. Esses padrões mentais e emocionais criam mais dificuldades e nos impedem de enxergar as soluções.
Pode parecer que quando nos resignamos diante de uma situação difícil, estamos desistindo de lutar e sendo fracos.

Mas não. Apenas significa que entendemos que a existência terrestre tem uma finalidade e que a vida é regida pela lei de ação e reação; que a luta deve ser encarada com serenidade e fé.

Na verdade, se tivermos a verdadeira intenção de enfrentar com equilíbrio e sensatez as grandes mudanças que a vida nos apresenta, devemos começar admitindo a nova situação.

A aceitação é um ato de força interior que desconhecemos. Ela vem acompanhada de sabedoria e humildade, e nos impulsiona para a luta.

É detentora de um poder transformador que só quem já experimentou pode avaliar.

Existem inúmeras situações na vida que não estão sob o nosso controle. Resta-nos então acatá-las.
É fundamental entender que esse posicionamento não significa desistir, mas sim manter-se lúcido e otimista no momento necessário.

No instante em que aceitamos, apaga-se a ilusão de situações que foram criadas por nós mesmos e as soluções surgem naturalmente.

Aceitar é exercitar a fé. É expandir a consciência para encontrar respostas, soluções e alívio. É manter uma atitude saudável diante da vida.

É nos entregarmos confiantes ao que a vida tem a nos oferecer.

Estamos nesta vida pela misericórdia de Deus, que nos concedeu nova oportunidade de renascimento no corpo físico.

Os sentimentos de amargura, desespero e revolta, que permeiam nossa existência, são frutos das próprias dificuldades em lidar com os problemas.

Lembremos que todas as dores são transitórias.

Quando elas nos alcançarem, as aceitemos com serenidade e resignação. Olhemos para elas como mecanismos da Lei Universal que o Pai utiliza para que possamos crescer em direção a Ele.

Busquemos, desse modo, as fontes profundas do amor a que se reporta Jesus que o viveu, e o amor nos dirá como nos devemos comportar perante a vida, no crescimento e avanço para Deus.
 
 
 
Redação do Momento Espírita, com base no texto Aceitação, de autoria desconhecida e com parágrafo final do
cap. 20, do livro Terapêutica de emergência, por diversos Espíritos, psicografia de Divaldo Pereira Franco.
 
 
 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

" AMOR FRATERNAL "


 




"Permaneça o amor fraternal."
Paulo (Hebreus, 13:1)

 

 

As afeições familiares, os laços consanguíneos, as simpatias naturais podem ser manifestações muitos santas da alma, quando a criatura as eleva no altar do sentimento superior, contudo, é razoável que o espírito não venha a cair sob o peso das inclinações próprias.

O equilíbrio é a posição ideal.

Por demasia de cuidado, inúmeros pais prejudicam os filhos.

Por excesso de preocupações, muitos cônjuges descem às cavernas do desespero, defrontados pelos insaciáveis monstros do ciúme que lhes aniquilam a felicidade.

Em razão da invigilância, belas amizades terminam em abismo de sombra.

O apelo evangélico, por isto mesmo, reveste-se de imensa importância.

A fraternidade pura é o mais sublime dos sistemas de relações entre as almas.

O homem que se sente filho de Deus e sincero irmão das criaturas não é vítima dos fantasmas do despeito, da inveja, da ambição, da desconfiança. Os que se amam fraternalmente alegram-se com o júbilo dos companheiros; sentem-se felizes com a ventura que lhes visita os semelhantes.

Afeições violentas, comumente conhecidas na Terra, passam vulcânicas e inúteis.

Na teia das reencarnações, os títulos afetivos modificam-se constantemente. É que o amor fraternal, sublime e puro, representando o objetivo supremo do esforço de compreensão, é a luz imperecível que sobreviverá no caminho eterno.

 

 

Chico Xavier

Obra: Pão Nosso.
Ditado pelo Espírito Emmanuel
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